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Atravessando o Itapecerica com água na canela

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Poucos municípios se dão ao luxo de terem dois rios. Divinópolis é um deles, com o Pará e o Itapecerica. Dois patrimônios. E o Itapecerica, cantando em nosso hino por “sua gleba virente”, que “deriva em murmúrio que é quase oração”, tem um valor imensurável ao nascer em território Divinopolitano, cortar toda a cidade, inclusive o centro, e terminar sua trajetória ainda em terras divinas. Ou seja, o Itapecerica é nosso. E só nosso.
Pena que a cidade, secular, não tenha entendido o que o rio fez e ainda faz por todos nós. Da poluição industrial ao esgoto e, claro, passando também por aquele detergente despretensioso que a gente usa diariamente para lavar as coisas da cozinha em nossas casas. Sim, todos nós estamos envolvidos.
Mas o mais grave são as nascentes que abastecem o Itapecerica. Quem beira os 50 anos vai se lembrar dos córregos. Nadávamos nos córregos. E era muita água. Hoje são apenas calhas para o esgoto que pouco contribuem com água mesmo para o rio. E sem a água dos córregos, o Itapecerica também vai padecendo.
Também é preciso ter consciência de que boa parte do nível que se mantém acima da cachoeira do Niterói se dá porque ali existe a barragem. Abaixo, a situação é diferente. Foi por isso que, em 2007, quando era editor do Jornal Candidés, resolvi fazer uma reportagem mostrando que, em muitos lugares, é possível atravessar o rio com a água na altura da canela.
Junto com o repórter cinematográfico Leandro Máximo, escolhi justamente o o cartão postal do rio, entre o Parque da Ilha e a Praia do Urubu, logo abaixo da ponte do Niterói. O pior é que foi mais fácil do que eu imaginava. E lá se vão 13 anos.

Evandro Araújo – Whatsapp: (37) 99121-0408