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Evandro Araújo: A vida não se faz de calendários

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A vida não se faz de calendários, folhinhas atrás da porta ou aqueles bloquinhos religiosos, dos quais vamos arrancando folha por folha, conferindo o santo do dia. A vida não se faz de viradas de ano, espetaculares pra uns, trágica para outros, insossa para a maioria. A vida real é binária: é o que é agora, nesse exato instante e o que já passou.

E o futuro, você me pergunta? Aquilo que esperávamos e já nem é mais presente, já passou? O futuro a ele próprio pertence. Posso até buscá-lo, almejá-lo, planejá-lo. E devo. Mas não tenho nenhuma garantia.

Contar o tempo é, quase sempre, se fazer sofrer. Há quanto tempo eu perdi alguém ou me perderam? Quanto tempo ainda para resolver as coisas boas e as coisas ruins? Ou as coisas para as quais não há soluções (não nessa vida)? Escravos dos dias, horas minutos e segundos.

Programe seus meses valorizando o agora. O desapego ao tempo é impossível, mas também não é preciso ser escravo dele. E, para ficar claro, tempo não se resume em relógio, mas no seu sentimento de buscar e realizar. Cada um tem seu tempo. Gaste o seu do jeito que lhe for prazeroso. E encontre tempo para matar seu tempo.

E se quer contar seu tempo, que seja pelos dias e noite que você viu nascer, por quantas luas já admirou, pelas flores que viu nascer. Pelo tempo dos amores juvenis e pelo tempo da experiência que se adquire. É assim que tudo ao nosso redor nos ensina. É assim que éramos antes da racionalidade do tic tac do relógio nos escravizando.

É por isso que é mais agradável pensar que minha vida já me presenteou com quase 19 mil oportunidades de ver o sol nascer. Sem contagem regressiva. Cada amanhecer que virá será lucro. Que em 2020 vocês tenha tempo para as coisas que te fazem feliz.