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Blog do Leo Lasmar – Papai Noel do Cruzeiro só em dezembro de 2021

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Por Guilherme Macedo -GE

O Cruzeiro vive em eterno looping na Série B. Ganha um jogo, mas dificilmente dois em sequência. Desta vez, o time que superou o Vitória no Barradão, na sexta, não saiu do 1 a 1 com o CSA, no Independência, e – novamente – perdeu a chance de mudar de vez o foco para a parte de cima da tabela.

Contra o CSA, foi mantida uma estrutura de time que vinha dando certo, mas o rendimento esteve longe de ser próximo do ideal. Não tinha profundidade com os laterais, os volantes ocupavam espaços errados no meio, e os zagueiros “batiam cabeça” em excesso – assim foi no gol do CSA. No primeiro tempo, Filipe Machado e Rafael Sobis eram representantes únicos da lucidez que se espera de um time que precisa, a qualquer custo, vencer seus jogos. William Pottker em nada acrescentou.

No intervalo, o atacante foi substituído, assim como Jadson. Arthur Caíke e Giovanni entraram. O primeiro não conseguiu mudar o patamar ofensivo, mas o segundo, sim. Mostrou que tem passe diferenciado e que agrega também em finalizações. No rebote de uma delas, Sobis empatou.

Mas a virada esbarrou em um problema crônico do Cruzeiro de 2020: a dificuldade de criação. Assustou em mais um chute de Giovanni, fez um abafa final, mas sem qualidade. Se não fosse Fábio (por duas vezes), Felipão conheceria a segunda derrota na também segunda passagem pela Toca. E por um outro problema que se repete: a lentidão na recomposição (em um dos casos, especificamente, com Jadsom Silva e Giovanni).

Felipão fez crescer jogadores e tem encontrado boas alternativas para o time, como Ramon ao lado de Manoel, Adriano como volante, e Machado um pouco mais adiantado. O time é, indiscutivelmente, melhor do que foi sob o comando de Enderson Moreira e Ney Franco. Está longe de ser perfeito, mas melhorou técnica, tática e psicologicamente.

Mas dois problemas que, de certa forma, estão interligados, Felipão ainda não conseguiu resolver: a instabilidade para sequência de vitórias e a incompetência como mandante. Apenas em três momentos, o Cruzeiro venceu dois jogos seguidos na Série B, e o time tem somente o 15º melhor aproveitamento como mandante. Scolari, por exemplo, venceu apenas dois dos seis jogos em casa. Como vai empilhar as vitórias que precisa, se não faz valer o mando de campo?

Não adianta contar com tropeços dos rivais, se não fizer sua parte. Juventude, Ponte Preta e Sampaio foram derrotados. Uma vitória significaria distância de cinco pontos para o G-4 e subida de três degraus na tabela.

No entanto, o empate mantém a diferença em sete, e a conta pelo acesso fica cada vez mais difícil de ser fechada. Não pela distância em si, mas principalmente porque a escalada do Cruzeiro tem passos muito menos consistentes do que a de equipes como CSA, Avaí, Guarani e Sampaio Corrêa, por exemplo.

O aproveitamento de Felipão segue muito bom. Em 13 jogos, conquistou 26 pontos, o que representa 66,6% dos 39 disputados. Rendimento de vice-líder. O problema é que não é o único a arrancar e que, dos 13 pontos deixados para trás nessa retomada com Scolari, nove foram como mandante. Time rende muito mais, mas insuficiente para tornar, no mínimo bom, o que sempre foi seu forte: o mando de campo.

Imagem de Alexas_Fotos por Pixabay