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Blog do Leo Lasmar – Não marcou, nem levou. Por isso empatou.

Cruzeiro Esporte Clube

O Cruzeiro chegou a três jogos sem vencer na Série B. Conquistou apenas dois dos últimos nove pontos que disputou na competição. Nesse sábado, empatou sem gols com o Brasil, em Pelotas, em um jogo tecnicamente ruim. O ponto positivo foi não ter levado gols. O negativo segue sendo a dificuldade para produzir chances claras contra as defesas adversárias.

O time tem o pior rendimento defensivo da competição. Levou 16 gols em nove jogos. O jogo contra o Brasil foi apenas o segundo em que o Cruzeiro não foi vazado na Série B. E Fábio, de fato, nem precisou trabalhar tanto, assim como foi na vitória por 1 a 0 contra a Ponte Preta, já com Mozart no comando.

Mas é preciso contextualizar. Ponte e Brasil brigam contra zona de rebaixamento muito em função do desempenho ofensivo. Os paulistas têm o pior ataque, com cinco gols, e o Brasil vem em segundo, com apenas seis marcados. No jogo desse sábado, o destaque do setor foi Léo Santos. Segundo jogo seguro, com soberania pelo alto e bom posicionamento para estar sempre na rota de cruzamentos e arremates adversários. Norberto, pela direita, também foi bem defensivamente.

O meio-campo também mostrou mais segurança no Sul do Brasil. Jogando com quatro homens no setor, deu poucos espaços ao Brasil, com destaque para Lucas Ventura – e aí é preciso creditar Mozart, que o tirou dos treinos separados do grupo e surpreendeu com a titularidade. No segundo tempo, o setor apresentou problemas com o recuo de Rômulo para a zaga, mas foi corrigido com a entrada de Adriano.

Mas estava também no meio-campo o maior problema do Cruzeiro no Bento Freitas. Tinha qualidade de passe com Rômulo, Giovanni e Marcinho. O que ficou só na teoria. Muitos erros na tomada de decisão e também na execução, principalmente nos passes. Os três, juntos, erraram 35.

Em função desses erros, as chances claras ficaram escassas. Dá para questionar o rendimento de Rafael Sobis? Sim, muito. Mas também é preciso contextualizar. Atacante que não recebe bola dificilmente viverá de gols. Até mesmo os cruzamentos pela linha de fundo pouco foram feitos. E os laterais tinham liberdade para chegar até lá. O problema era receber bola para colocar na área.

Até o finalzinho do segundo tempo, quando houve um abafa e grandes defesas de Matheus Nogueira, o Cruzeiro só havia incomodado o goleiro adversário em arremates de fora, com Marcinho e Flávio. Nem mesmo a entrada de Bruno José, principal arma da equipe nos últimos jogos, fez mudar o cenário.

E essa situação tem sido corriqueira. O fato de ter o segundo melhor ataque da Série B engana. Oito dos 13 gols nasceram de bolas paradas. Mais de 60% do total. As jogadas pelo alto são artifício importante, mas não podem ser as únicas armas.

Um quarto da Série B já se foi. Metade do turno. E o Cruzeiro está dois pontos a frente do Z-4 e a sete do grupo de acesso. É preciso arrancar “para ontem”, e a campanha de 2020 serve como exemplo. Felipão chegou próximo do fim do primeiro turno, arrumou a casa, mas não conseguiu mais brigar por uma vaga na elite. O tempo voa, e o Cruzeiro, se não voar junto, ao menos precisa ser consistente para emendar resultados e sonhar com a Série A.

Por Guilherme Macedo – GE