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Blog do Leo Lasmar – Meio-campo ainda é o “calcanhar de Aquiles” do Cruzeiro.

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O Cruzeiro venceu, mas não convenceu. Mais uma vez. O triunfo por 1 a 0 sobre a Juazeirense leva uma vantagem interessante para o jogo de volta, na Bahia, mas deixa também preocupações, principalmente pensando na disputa da Série B. Os problemas se repetem.

Assim como a maior parte das equipes da segunda divisão nacional, o time baiano foi ao Mineirão disposto a se defender e explorar os contra-ataques. Postura que impõe muitas dificuldades ao Cruzeiro desde o ano passado. Na segunda metade da primeira fase do Mineiro, o time deu indícios de que conseguiria superar essas situações mais naturalmente, mas regrediu. O primeiro tempo no Mineirão foi muito ruim. Houve melhora no segundo, mas ainda distante da superioridade que se esperava, até em função do aspecto físico.

A saída de bola foi extremamente lenta. Ramon, Weverton, Cáceres, Matheus Pereira e Neris trocavam passes praticamente entre si, sem conseguir espaços. De forma exagerada, o Cruzeiro forçava o jogo pelo meio, setor que parece ser o maior problema dessa equipe. O jogo ficou cômodo para a Juazeirense, que só não saiu para o intervalo em vantagem porque foi incompetente no último passe.

Quem compete com o Cruzeiro tendo um meio-campo forte, normalmente leva vantagem. O setor da equipe não consegue compactar sem a bola e, com ela, tem sérias dificuldades de criação. Felipe Conceição tentou usar Sobis como armador. Não funcionou. O camisa 10 ficou muito longe da área, onde tem chance de levar perigo com suas finalizações. Buscando a bola muito atrás, como fez em diversos momentos, foi presa fácil para os volantes, até por não ser mais aquele jogador de vitalidade.

Rômulo, que é de longe o melhor meio-campista do Cruzeiro, também não conseguiu render no Mineirão. Jogou mais recuado e pela direita, em um “habitat mais natural”, mas sentiu falta de companhia para triangulações, além de ter cometido erros técnicos que não vinha cometendo.

Em momento nenhum da temporada, Felipe Conceição abriu mão de jogar com dois atacantes abertos. Mas já parece momento de repensar essa situação. Não por culpa deles, mas pelo time como um todo. No primeiro tempo, por exemplo, Airton e Bruno José (principalmente) foram subutilizados. Sem falar que o estilo de jogo da dupla é favorecido por espaços. Não por acaso foram bem em enfrentamentos com Atlético-MG e América-MG, rivais que jogaram de peito aberto.

E por falar em ataque, veio desse setor o único ponto positivo do jogo dessa quinta-feira. Mais uma ótima atuação de Guilherme Bissoli. Além de mostrar qualidade técnica e inteligência, se encaixa muito no esquema de Felipe, com mobilidade para deixar da área, fazer pivôs e construir esporadicamente pelos lados.

O que fica de mais um exemplo do que será o restante do ano, é a necessidade de ser compacto e intenso como Conceição busca – e conseguiu em alguns momentos – desde o início da temporada. Para isso, parece primordial o ajuste do meio-campo. Há muito tempo se diz no meio do futebol que o jogo se ganha por ali. E é nele também que se perde, principalmente na Série B, onde o jogo físico prevalece em muitos momentos e onde a maioria dos times jogarão retrancados contra o Cruzeiro.

Por Guilherme Macedo _ GE