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Blog do Leo Lasmar – Existe empate bom?

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O Atlético chegou ao quarto jogo seguido sem vitória no Campeonato Brasileiro. Mas desta vez, a opinião da comissão técnica é diferente em relação aos últimos tropeços: o “sabor é outro”, destacou El Turco Mohamed. E há razões para entender esse pensamento do treinador, como também há motivos para se preocupar com erros repetidos e outros para reclamar no 1 a 1 com o Bragantino.

Como reconheceu o próprio Nacho Fernández, um dos principais destaques do time na partida, o início atleticano não foi bom em Bragança Paulista e evidenciou fraquezas que a equipe vem repetindo sob o comando do novo treinador. A principal delas: a saída de bola sob pressão.

Vagner Mancini já havia dado a receita na vitória do América-MG no clássico do último fim de semana, e Maurício Barbieri seguiu a cartilha a rigor. Com praticamente quatro homens de frente, o Bragantino avançou suas linhas e pressionou os zagueiros atleticanos. Quebrou a saída de bola mineira, inibiu a articulação de jogadas e criou chances de perigo a partir desta pressão.

A saída “pé a pé”, que fluía com tanta naturalidade em 2021, vem enfrentando sérias dificuldades na nova temporada. Em vários momentos, parece faltar sincronia e até confiança dos atletas para a execução dos movimentos. É este o principal ponto de alerta até agora, que precisa ser corrigido em treinamentos – cada vez mais raros com a maratona insana imposta pelo calendário.

Foi em uma dessas roubadas no campo de ataque que o Bragantino abriu o placar, logo aos 12 minutos. Erro de Sasha ao tentar evitar a saída da bola com um carrinho entre três adversários. Sobrou limpa para Léo Ortiz, que achou Artur livre. No cruzamento, Ytalo antecipou Nathan Silva com inteligência para desviar sem chances para Everson.

Em desvantagem, o Atlético partiu em disparada para buscar o empate, e poderia ter conseguido sete minutos depois, no lance mais polêmico da partida. Na tentativa dupla de finalização de Guilherme Arana, Léo Ortiz evitou com o braço o gol em cima da linha. Em um primeiro momento, pênalti e expulsão do zagueiro do Bragantino. Após revisão no VAR, tudo anulado.

Lance interpretativo de impedimento, que paralisou o jogo por mais de seis minutos. Tudo porque Arana estava de fato em posição adiantada, mas o desvio ativo de Hurtado no chute de Guga deveria anular a irregularidade. Bráulio Machado foi chamado ao monitor, e decidiu pelo impedimento, para ira do banco e staff do Atlético.

“Se você está me perguntando (sobre o VAR), é porque não foi justo. O que vou falar?” (Turco)

O segundo tempo do Galo lembrou momentos de dominância da equipe no histórico ano de 2021. O Atlético acertou a saída de bola (já sem a pressão inicial do Bragantino, ressalta-se) e passou a trocar passes curtos e criativos no meio ofensivo. Tudo passando pela melhora de Nacho no jogo.

O camisa 26 faz jus ao apelido de “Cerebro”, e comanda as principais ações do time ao lado de outras duas peças vitais: Allan e Guilherme Arana. Se o trio está em boa noite, o Galo está em boas mãos. E o segundo tempo foi assim.

Foram 10 finalizações do Atlético, contra nenhuma do Bragantino. Em uma dessas trocas de passe com inteligência, Sasha foi derrubado próximo à área. Na cobrança ensaiada de falta, Nacho igualou o marcador: 1 a 1, que só não se transformou em virada porque o mesmo Sasha perdeu gol livre de cabeça na reta final do jogo, após outra boa troca de passes.

“Hoje vimos a equipe campeã dentro do campo. Temos que manter essa forma de jogar e nada mais” (Turco).

De fato, o empate em 1 a 1 não pode ser colocado na mesma cesta dos tropeços recentes contra América, Goiás e Coritiba. Contra aquele que talvez seja o adversário mais qualificado até agora no Brasileiro, o Galo mostrou sua força e teve momentos de plena dominância.

Poderia ser melhor, claro, mas não são os dois pontos deixados em Bragança que precisam ser lamentados neste início de caminhada na competição. O foco é o futuro. E polêmica à parte, Turco sabe o que comemorar e onde ligar o alerta para evolução no empate dessa quarta-feira.

“A equipe recuperou a sua forma. Isso me deixa muito tranquilo. É o mais importante”.

Por Marcelo Cardoso – GE

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