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Blog do Leo Lasmar – Em momento de “paz”, presidente atleticano aumenta rivalidade.

Na noite desta segunda-feira, o presidente do Atlético tomou parte do seu tempo para falar sobre a situação do Cruzeiro. Sérgio Sette Câmara afirmou que já sabia que a crise no rival iria explodir em algum momento pelos elevados gastos, disse que a atual gestão da Raposa é séria, mas que sempre deseja o rival na “corda bamba” e “respirando por aparelhos”. 

Sette Câmara citou detalhes que o fizeram acreditar que o Cruzeiro teria problemas financeiros rapidamente. Uma delas foi a folha salarial. Ano passado, estima-se que a Raposa chegou a ter um custo de R$ 16 milhões com atletas mensalmente.

“(A folha do Cruzeiro) chegou (a ser o dobro da folha do Atlético). O Elias era o jogador que tinha o maior salário no Atlético. Não vou falar número, mas posso dizer que o Cruzeiro tinha pelo menos uns 10 ou 12 jogadores que ganhavam mais do que ele. Era uma coisa que a gente via que ia explodir. Era uma questão de tempo” – disse o dirigente atleticano.

Sette Câmara disse que outro indício era o fato de que as receitas de Cruzeiro e Atlético são geralmente semelhantes e, por isso, no entender dele, não havia motivo para o rival estar gastando muito acima em termos de salários. Ele relembrou o ano de 2018, quando iniciou o mandato no Galo, e a Raposa foi campeã da Copa do Brasil.

“Quando eu estava no início do meu mandato, eu passei muita dificuldade, porque o Cruzeiro contratou, contratou. Já vinha com um time bem montado da gestão anterior. Praticamente o primeiro ano do Cruzeiro (na gestão Wagner Pires) eles fizeram pouquíssimas contratações. Eu me lembro que o time que jogou aquela partida contra o Corinthians tinha um jogador só que não era do elenco anterior. Eu, como gestor do Atlético, como presidente, peguei meu rival maior surfando uma onda. Só que os valores que estavam sendo pagos, os salários, eu olhava e falava: “Cara, isso não pode dar certo”. Porque nossas receitas são muito parecidas. Lógico que o Atlético tem um pouco mais, porque tem uma torcida maior. Mas a receita de televisão e outras receitas são muito parecidas. Eu olhava e pensava: “Não tem cabimento os caras estarem com uma folha que é o dobro da minha”.

“Agora é complicado. É um clube que tem uma torcida muito grande, mas que vai ter uma situação financeira muito difícil de ser revertida”.

Outra situação citada pelo presidente atleticano foi o destino da premiação de R$ 50 milhões – só pelo Cruzeiro ter sido campeão da Copa do Brasil em 2018 – e que, segundo ele, foi praticamente todo gasto para pagar premiação para jogadores e comissão técnica.

“É uma aposta muito alta você fazer um elenco caríssimo, dentro de um orçamento que não cabia aquilo, contando que você ia ter um prêmio de 50 milhões todo ano. Eles tiveram (essa premiação) na Copa do Brasil, mas, até onde eu sei, o prêmio ganho na Copa do Brasil foi quase todo utilizado pra pagamento de bicho, de premiação, e não pra recompor os investimentos que tinham sido feitos. Aí a conta não fecha, amigo, não tem como”.

Sette Câmara, que vai concorrer a reeleição no Atlético, disse que sempre quer o Cruzeiro mais fragilizado, “respirando por aparelhos”, mas que não deseja o fim do rival, pois “fica chato”.

“Como atleticano, eu quero que o Cruzeiro se exploda (risos). Mas é claro: são nossos rivais tradicionais. Com toda sinceridade, tem gente que fala: “Quero que o Cruzeiro desapareça”. Eu não quero, não. Eu quero ganhar do Cruzeiro sempre, pra poder ter sempre a possibilidade de ligar pros meus amigos cruzeirenses, mandar mensagens e tal. É aquela coisa que faz parte. Você imagina um Inter sem o Grêmio? Ou o contrário? Fica chato. A gente quer eles ali naquela situação, na corda bamba. A gente quer eles vivos, respirando por aparelhos” (risos).

“Se está difícil (financeiramente) pra gente que está na Série A, com todos os apoios que a gente tem e tudo mais, fico imaginando como deve estar lá (Cruzeiro)” – Sérgio Sette Câmara.

Por fim, Sérgio Sette Câmara ainda falou sobre a atual gestão do Cruzeiro, encabeçada pelo presidente em exercício, José Dalai Rocha, que administra o clube em conjunto com o conselho gestor.

“Posso falar com certeza que as pessoas que estão lá hoje são pessoas sérias. Estão passando muitas dificuldades, mas são sérias. Isso aí a gente tem que (falar). Eu não posso falar dos que estavam lá, porque eu não conhecia. As que estão lá agora eu conheço e posso dizer que são sérias” – concluiu.

Fonte: Entrevista concedida ao jornalista Jorge Nicolla