Os poucos lances bons de Bruno, inclusive, foram no segundo tempo, quando o Cruzeiro, de fato, apresentou melhora. Mas ligeira. Nada capaz de encher os olhos. Chegou apenas em cruzamentos pela direita, com um errado que tocou o travessão e outro que gerou chance perdida por Rafael Sobis.
Aos 23 minutos, Matheus Barbosa foi expulso. A possibilidade de empate, que já não parecia tão perto, foi de vez enterrada. O Remo não matou o jogo por incompetência – e por uma grande intervenção de Fábio –, e o Cruzeiro, que não incomodava com 11, mal trocou passes no campo ofensivo quanto teve dez em campo. Àquela altura, Marcinho, único armador do time, já tinha sido sacado para utilização de Guilherme Bissoli. Ainda que mal, Marcinho era a única cabeça pensante do time em campo, além de ser arma para chutes de média distância.
A análise de Mozart sobre a partida, com todo o respeito que merece o treinador, parece ser sobre outro jogo. “O nosso desempenho hoje foi bom, na minha opinião”, disse, alegando que o time não mereceu a derrota. Mas, de onde vem a ideia de merecimento? O Remo encontrou um gol improvável? Sim, mas que nasceu de um erro na saída e, depois, de uma marcação completamente equivocada. Os adversários sabem aproveitar a fragilidade do Cruzeiro (mostrada com frequência), que tem muitas dificuldades mesmo contra adversários frágeis.
O discurso de Mozart sobre a crença em se recuperar é óbvio. Nenhum treinador chegaria ao microfone para dizer que não acredita no próprio trabalho. As falas de Rafael Sobis e Rômulo têm peso, principalmente por serem líderes de grupo e esperanças técnicas. É provável que muitos torcedores, lá no fundo, deem a eles o voto de confiança pedido. Sem dúvida, é algo a se apegar, principalmente pelo sofrimento recente.
Mas, se for dizer respeito apenas à razão, é difícil enxergar que os rumos do Cruzeiro irão mudar. Se continuar como está, fora de campo, os resultados dentro dele tendem só a piorar, por mais difícil que seja aceitar. A bagunça fora de campo cada dia mais reflete dentro das quatro linhas. Entrega, de fato, não falta. Mas os resultados mostram que a qualidade do trabalho é muito mais do que duvidosa, do presidente Sérgio Santos Rodrigues e, claro, do departamento de futebol.
Por Guilherme Macedo- GE