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Blog do Leo Lasmar – Chega de B. Planejar é preciso.

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O Cruzeiro, enfim, pode respirar aliviado na temporada. A vitória sobre o Brusque, põe fim às chances de rebaixamento do time à Série C. Pelo segundo ano seguido, um projeto mal feito termina com uma comemoração muito aquém da esperada. Fica o alento sobre o que foi a partida no Gigante da Pampulha, dentro e fora de campo, mas também o alerta pensando em 2022.

Não faltou entrega ao time. Um retrato do que foi desde que chegou Vanderlei Luxemburgo. Não que houvesse “corpo mole” antes, mas o veterano treinador, além de entender muito de futebol, mostrou que ainda sabe gerir grupo. E o time dele, inegavelmente, foi o que jogou melhor desde que o Cruzeiro chegou à Série B.

Com o empurrão de quase 35 mil torcedores, que apoiaram 90 minutos, a entrega ocorreu desde o toque inicial. Jogadores visivelmente ligados, brigando em todos os lugares do campo. O Cruzeiro roubou bolas no ataque, tentou ser o mais vertical possível. Abriu o placar de forma merecida. Mas foi em vantagem para o vestiário muito mais em função do Fábio do que por mérito coletivo.

Voltou para o segundo tempo novamente ligado. Giovanni, destaque do time no jogo e um dos pilares com Vanderlei, assinou uma pintura e deu tranquilidade ao time. Fábio, lá atrás, garantiu que o clima das arquibancadas fosse de festa até o apito final. Ou melhor, até a descida do último jogador para o vestiário. Vitória merecida.

Uma análise bem resumida do jogo, porque a comemoração existe, o alento também, mas o Cruzeiro, independentemente do que tenha passado nos últimos anos fora de campo, não pode vibrar com permanência na Segunda Divisão.

Luxemburgo mesmo disse: é pouco. Sim, de fato. Mas é a colheita do que foi plantado. Não por ele, mas pela gestão.

O Cruzeiro, mais uma vez, não se planejou. O filme repetiu 2020. Não há como negar que Felipe Conceição era uma boa aposta. Naufragou em poucos meses. Já na segunda rodada, foi demitido. Mudar o comando é admitir erro. Nem sempre de escolha, mas de alguma coisa durante o percurso. Admitir erro é sinal de grandeza. O que não pode é persistir nele.

O que há em comum em relação aos dois anos também são escolhas erradas em termos de elenco. É natural que nem todas sejam certeiras. Mas elas não podem, em demasia, serem erradas. Para citar três nomes importantes do jogo contra o Brusque e da reta final da Série B: Lucas Ventura, Giovanni e Thiago.

Em algum momento da temporada, estiveram foram dos planos e treinando à parte. Vitor Leque apareceu no profissional às pressas, graças às observações de Luxemburgo, e também foi fundamental.

Apesar de todos os erros, a gestão do Cruzeiro ainda tem a última chance de fazer com que 2021 tenha um final melhor do que teve 2020: manter Vanderlei Luxemburgo é sinal de continuidade do trabalho que deu certo. Com erros e acertos, deu certo.

Diferentemente do que o departamento de futebol do Cruzeiro pensou quando contratou Felipão e Luxemburgo, arrancar do Z-4 para o G-4 é ponto fora da curva. Que em 2022 o time lute, desde o início, olhando mais para o para-brisa do que para os retrovisores. Mas é preciso acertar muito mais do que nos últimos anos.

Por Guilherme Macedo – GE

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