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Blog do Leo Lasmar – Atlético vai evoluir?

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Após um início de ano catastrófico sob comando de Rafael Dudamel, a diretoria do Atlético acertou ao investir pesado na contratação do excelente Jorge Sampaoli. O argentino, na coletiva pós-título mineiro citou que foi uma conquista dura. De fato, o bem treinado Tombense valorizou a vitória atleticana, mas ela era a conclusão natural do estadual. Concluída a “obrigação” local, o Galo volta a pensar grande em âmbito nacional. E tem motivos pra isso.

Sobre a final, foram dois jogos parecidos, com algumas particularidades que os diferenciam. Nos 180 minutos (mesmo quando precisava correr atrás do placar), o Tombense se preocupou muito mais em se defender do que em atacar. E é compreensível, até pela diferença técnica dos dois times. O Galo, por sua vez, foi protagonista o tempo todo, teve dificuldades para furar o bloqueio da equipe do interior, mas jogou o suficiente para vencer os dois jogos de forma incontestável. E a final foi importante para algumas observações.

No segundo jogo, por exemplo, Alan Franco atuou com mais liberdade pelo meio, fazendo uma função parecida com a que vinha sendo exercida por Nathan (antes da lesão), e foi muito bem. Apareceu na área, quase marcou e quase deu uma assistência para Keno. Pode ser uma solução para o meio-campo atleticano enquanto Nathan não volta, já que Hyoran, apesar de voluntarioso, não vinha bem na função. De qualquer forma, a solução é provisória, paliativa. Faltam peças em algumas posições, e o meio-campo é a principal delas. Sampaoli sabe muito bem disso. A diretoria também.

No ataque, as finais marcaram a entrada de Eduardo Sasha no time titular. Inteligente, fez dois bons jogos, e sua presença em campo dá uma dinâmica interessante ao setor ofensivo. Vai, ao que tudo indica, travar uma disputa em bom nível com Marrony, que também já demonstrou qualidade.

Com reforços pontuais e bem selecionados, o Atlético pode, sim, pensar alto no Brasileirão. Boa parte da torcida e da imprensa tem o hábito de analisar os elencos tomando como referência o “mundo ideal”. E, nessa comparação, o Galo segue ainda longe de estar pronto – o time ainda está no processo de assimilar as exigências e os padrões do treinador. Uma avaliação mais realista, porém, precisa levar em conta os adversários.

No Brasileirão, não existem mais de três clubes, hoje, com elencos mais fortes que o Atlético. E esses têm foco dividido entre no mínimo duas competições, ao contrário do Galo. Algum desses concorrentes pode ter um treinador no mesmo nível de Jorge Sampaoli, mas técnico superior ao argentino, no Brasil, não há. Pensando em desempenho, também não existem três times brasileiros, hoje, jogando melhor que o Atlético de forma constante, por mais que o Alvinegro ainda esteja oscilando. Então, por que não pensar em título?

O cenário é positivo, promissor. Equilibrando bem o extracampo – já que Sampaoli não tem personalidade fácil -, sendo assertivo nas contratações e mantendo o clube saudável, com salários em dia e sem deixar que disputas políticas interfiram em campo, o Galo e seu torcedor têm, sim, motivos para sonhar alto.