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Blog do Leo Lasmar – Atlético mostrou superioridade, mas não convenceu.

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O Tolima nunca havia perdido para um brasileiro em solo colombiano. Na Libertadores, sequer havia sofrido gols em duelos em casa contra equipes do país. Mais: jamais havia sido derrotado em estreias pela competição. Pois em uma só noite, todos os tabus caíram, exceto um: o de quem, há quase três anos, não sabe o que é ser derrotado no torneio mais importante do continente.

No 2 a 0 dessa quarta-feira, o Atlético conseguiu muito mais do que uma simples vitória. Superou o desgaste de uma viagem quase interminável e os sustos de uma partida difícil (contra o adversário mais complicado do grupo). Prova de força de quem, sem dúvida alguma, salta como um dos grandes favoritos ao título.

Não foi uma atuação impecável do Galo em Ibagué. Aliás, seria até injusto cobrá-la. Contra um rival qualificado e descansado (os titulares não jogavam há 11 dias), o Atlético teve de lutar contra o desgaste de uma viagem de quase 12 horas entre trechos de ônibus e avião, poucos dias após levantar o troféu mineiro contra o maior rival.

Desgaste, inclusive, que fez o técnico Turco Mohamed ter de mandar a campo um time com algumas baixas: o meia Zaracho, por exemplo, nem viajou (Réver, titular na zaga nos últimos jogos, também ficou em Belo Horizonte). Keno ficou no banco, também pelo fator físico. A decisão foi por montar as pontas do ataque com Dylan Borrero e Savarino.

Borrero acabou fazendo partida tímida, e foi um dos menos eficazes em campo. Já Savarino teve papel decisivo na vitória alvinegra em Ibagué. O venezuelano fazia primeiro tempo discreto, mas foi o responsável por promover o incomum: tirar da cartola um lindo passe de costas e “matar” a marcação do Tolima. Na cara do gol, Nacho tocou na saída do goleiro e saiu para o abraço: 1 a 0.

O argentino acabou o jogo eleito o melhor em campo, mas poderia ter sido ainda mais decisivo. Logo depois de abrir o placar, puxou contra-ataque de três contra dois para o Atlético. Tinha Dylan livre de um lado, Hulk em boas condições do outro, mas preferiu segurar a bola e finalizar a jogada sozinho. Defesa fácil do goleiro Dominguéz.

No fiel da balança, a chance desperdiçada acabou não fazendo falta, mas isso graças a Everson. Aos 10 minutos do segundo tempo, quando o Galo se via acuado diante um Tolima cada vez mais ofensivo (e perigoso), o goleiro operou um milagre no chutaço de trivela de Hernández, que tinha como destino a gaveta.

Diante da pressão colombiana, Turco promoveu duas mudanças. Sacou Dylan e Savarino para colocar em campo Ademir e Tchê Tchê. A entrada do atacante, cotado para ser titular, era óbvia. A do volante surpreendeu. Ambas funcionaram.

Com o “Fumacinha”, o Galo se tornou mais veloz nos contra-ataques. Com Tchê Tchê, passou a ter um pouco mais o controle do meio. Em campo por mais de 30 minutos pela primeira vez desde fevereiro (Athletic), o volante ainda foi premiado com o gol que sacramentou a vitória atleticana.

Escanteio cobrado por Ademir, cabeçada de Junior Alonso (que fez o primeiro jogo como titular após o retorno ao Atlético e foi bem) e desvio precioso de Tchê Tchê na segunda trave: 2 a 0 Galo. Os primeiros três pontos do Galo na Libertadores 2022.

Como já ressaltado aqui, não foi uma vitória brilhante. O time segue sofrendo mais do que deveria em algumas jogadas de bolas aéreas, tem momentos de apagões nas criações de jogadas e, por vezes, comete erros em saídas de bolas que podem ser fatais mais adiante. Ajustes a serem feitos por Mohamed com o tempo. Nada preocupante demais para o momento.

No princípio de caminhada rumo ao único troféu que ficou pelo caminho no histórico 2021, o Atlético dá os primeiros passos de forma sólida e contundente. Vitória sobre o rival mais temido do grupo (que ainda tem Independiente Del Valle e América), no solo e logística mais complicada da chave. Agora é manter.

Por Marcelo Cardoso – GE

FUTEBOL MINAS FM