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Blog do Leo Lasmar – Atlético evolui e entra também na briga pelo Brasileirão

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O Atlético passeou sobre o Deportivo La Guaira nessa terça-feira, no Mineirão. A goleada (segundo 4 a 0 aplicado pelo time de Cuca nesta Libertadores) ilustra bem o que foi o jogo. Domínio absoluto atleticano, com grandes atuações individuais e ótimo rendimento coletivo. Vale lembrar: esse mesmo La Guaira deu trabalho na primeira rodada do Grupo H, na Venezuela. E isso exemplifica bem a evolução – enorme e evidente – do time alvinegro no torneio.

Em Caracas, em 21 de abril, um Atlético pobre, sem repertório. É claro que a retranca venezuelana precisa ser mencionada. O La Guaira marca num 5-4-1 muito fechado e compacto. Entrar com tabelas, por dentro, era quase impossível. E nesse tipo de jogo, que certamente vai reaparecer na temporada, é necessário achar soluções.

Na estreia da Libertadores, o Atlético sofreu nessa busca e só empatou, com gol de Zaracho, que saiu do banco para o segundo tempo. No Mineirão, o Galo soube superar a retranca com muita naturalidade.

É bem verdade que, nessa terça, a estratégia do La Guaira de jogar fechado e por uma bola durou pouco. Mas não foi tão pouco assim. Nos primeiros 20 minutos, cenário parecido ao encontrado na Venezuela: rival muito fechado, e um Atlético, com laterais atuando como pontas, buscando o jogo pelos lados.

Guga e Arana jogavam colados às linhas laterais pra tentar abrir abrir espaços na defesa do La Guaira, que se fechava bem. Cruzamentos não significavam falta de repertório, e sim falta de espaços pelo meio. Se não dá para chegar pelo caminho X, é necessário buscar o caminho Y.

Mas uma hora o adversário (que ainda tinha ambição de se classificar à Sul-Americana) precisaria sair. E, quando saiu, o Galo foi fatal. Aos 24, em transição rápida, após o La Guaira se expor, Tchê Tchê encaixou lindo lançamento para Hulk, que tomou a decisão errada ao entrar na área e mandou pra fora. Três minutos depois, aproveitando nova exposição do setor defensivo do rival, o Galo abriu o placar após lindo passe de Guilherme Arana e bela assistência de Hulk. Savarino guardou.

Ali, naquele momento, o jogo se tornou fácil para o Atlético. O La Guaira, que já não poderia passar o jogo inteiro apenas se defendendo, teve que se expor ainda mais. E aí virou presa fácil. Com a qualidade muito superior à do adversário, o Galo encaixou boas jogadas, acertou triangulações, marcou saída de bola e fez os outros gols com naturalidade. A goleada (completada com gols de Marrony, Hulk e Nathan) poderia ser até maior. O adversário “não viu a cor da bola”.

Foi um daqueles jogos difíceis de achar defeito também individualmente. Everson foi um mero espectador. É impossível não reconhecer a gigantesca evolução de Guga (especialmente no campo ofensivo) em 2021, com Cuca. Arana manteve o padrão de excelentes atuações. Os zagueiros pouco trabalharam, e Igor Rabello segue em constante crescimento, merecendo a titularidade absoluta ao lado do incontestável Junior Alonso.

Os volantes trabalharam bem, com qualidade na saída de bola e assertividade em bolas longas. Na frente, Nacho Fernández teve mais uma noite de “cérebro”, Savarino prova cada vez mais sua importância (técnica e tática) no time, Marrony mostrou (mais uma vez) que tem qualidade para brigar por titularidade, e Hulk foi o melhor em campo. Os reservas também foram bem, como Nathan, que entrou e fechou a goleada.

Se a noite de terça foi daquelas para ninguém colocar defeito, a rápida evolução atleticana precisa ser destacada. Como mencionado no início deste texto, a estreia na Libertadores foi há pouco mais de um mês. Naquele momento, o time estava longe de ser confiável e de produzir um futebol condizente à qualidade do elenco. Hoje, expectativa e realidade estão muito mais próximos.

O cenário é animador. O Brasileirão começa no domingo, a Copa do Brasil no próximo meio de semana, quando também há o sorteio das oitavas de final da Libertadores. O Galo pode pegar adversários fortes e tradicionais (São Paulo ou River Plate, por exemplo), mas está pronto para encarar qualquer um deles. Se vai ganhar ou não, só os 180 minutos vão dizer, mas o atleticano não tem motivos para temer o mata-mata.

Por Guilherme Frossard – GE