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Blog do Leo Lasmar – Atlético é líder do Brasileirão. Agora é mostrar força para permanecer.

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Foi assim contra Corinthians, Bahia, Athletico-PR e, agora, Juventude. Um primeiro tempo lento, preso, desanimador, seguido de 45 minutos finais avassaladores, de volume e pressão totais. O torcedor pode sofrer, por vezes ficar irritado, mas não há como contestar. O Atlético-MG descobriu uma fórmula de sucesso e é, com muitos méritos, o novo líder do Brasileirão.

São oito vitórias seguidas, recorde absoluto do clube na era dos pontos corridos. Dessas, só em duas o Atlético de Cuca foi para o intervalo em vantagem no placar (Atlético-GO e Cuiabá, ambas no início de julho). Há um padrão nas estratégias de jogo, e não é por acaso.

Não que o Galo queira fazer primeiros tempos abaixo da média. Mas, diante de uma maratona incessante de jogos, na qual a última “semana cheia” de trabalho veio entre 11 e 19 de abril, esta foi a fórmula que Cuca encontrou para fazer o time render, sem se expor demais ou se desgastar ao limite.

O jogo contra o Juventude é simbólico neste sentido. O Galo foi a campo de olho no River Plate, quarta-feira, pela Libertadores, mas sem querer desperdiçar uma oportunidade ímpar de assumir a liderança do Brasileirão, visto que o Palmeiras havia perdido pra o Fortaleza, no dia anterior.

Começou o jogo com a posse, no campo de ataque, mas sem efetivamente buscar abrir o placar. Diante de um adversário que (mesmo em casa e descansado) atuou recuado, o Atlético cozinhou o primeiro tempo o quanto pôde. Foi para o intervalo com 57% de posse de bola, nenhuma chance clara criada, mas também quase nenhuma sofrida.

Ir para o intervalo em desvantagem talvez fosse a única parte do roteiro que não estava nos planos de Cuca. Já no fim do primeiro tempo, uma rara falha de um setor defensivo conhecido por ser sólido terminou no bonito gol de Paulinho Bóia: 1 a 0.

O atual “jeito Atlético” de jogar faz com que seja, no intervalo, que as coisas comecem a melhorar. Às vezes com alterações, outras simplesmente com uma mudança abrupta de postura promovida por Cuca.

Contra o Bahia, na última quarta, por exemplo, Borrero, Nacho e Vargas entraram para tornar o Galo mais ofensivo. No domingo anterior, contra o Athletico-PR, Vargas também entrou, mas foi a mudança de posicionamento, sobretudo no meio campo, o mais fundamental.

Contra o Juventude, foi um misto dos dois. Nathan e Savarino entraram (além de Eduardo Sasha e Calebe, mais tarde). Com Savarino e Sasha, Hulk teve mais liberdade para buscar as jogadas e se desvencilhar da marcação. Com a presença de Nathan, Nacho foi recuado e pôde armar o jogo de trás. Cuca explica:

“Quando a gente faz as mexidas é para ter, além da profundidade, uma referência, que é o Sasha movimentando, vindo buscar. Sai um pouco a marcação em cima do Hulk. O Nacho vem para trás, de segundo volante para fazer a armação. Arrisca-se, arrisca-se tudo para tentar ganhar. Tira lateral (Dodô), põe o Calebe, que entrou bem”.

E, mais uma vez, deu certo. O Atlético dominou completamente a segunda etapa. Finalizou 16 vezes, contra apenas uma do adversário. Conseguiu furar a barreira defensiva do Juventude com boas triangulações (como a que originou o gol de Hulk, após tabela com Sasha), foi efetivo na bola aérea (virada de Nathan Silva, nos acréscimos) e saiu de Caxias do Sul com uma vitória justa e merecida.

“É magnífico, maravilhoso o que o pessoal está fazendo. Momento para aproveitarmos ao máximo, porque é muito raro” (Cuca)

O momento, como o próprio Cuca tem ressaltado jogo a jogo, é “magnífico”. Em quatro competições na temporada, o Atlético foi campeão mineiro, está vivo na Libertadores (melhor campanha), Copa do Brasil e é o novo líder do Campeonato Brasileiro.

Resta saber se o time conseguirá suportar (e vencer) a maratona intensa que vem pela frente. Quarta, pela Libertadores, já tem a primeira decisão contra o River Plate. Sábado, pelo Brasileiro, outra, diante do agora vice-líder Palmeiras, no Mineirão.

A sensação é de que ainda há larga margem para crescimento. A fórmula de hoje vem dando certo, mas pode ser alternada com outras. Talvez um início arrasador, como o “Galo Doido” do próprio Cuca em 2012/2013. Já chegamos a agosto, e o ano ainda promete. Que venham mais recordes e troféus.