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Blog do Leo Lasmar – Até quando o Cruzeiro vai ficar no “tá ruim, mas tá bom”?

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Foi mais na entrega do que no futebol que o Cruzeiro avançou à segunda fase da Copa do Brasil. O empate com o São Raimundo-RR, por 1 a 1, foi o pior jogo do time celeste nas mãos de Felipe Conceição. Há ponderações a se fazer, mas sofrer até o último lance contra um clube com folha mensal de R$ 89 mil precisa gerar reflexões, ainda que seja início de trabalho.

O campo ruim cria dificuldades técnicas, prejudica a soberania de individualidades – que poderiam definir para o Cruzeiro – e o jogo impositivo buscado por Felipe Conceição. Mas a atuação ruim do time mineiro vai muito além dos impeditivos causados pelo gramado.

A exemplo do que ocorreu no primeiro tempo contra a Caldense, o Cruzeiro perdeu o meio-campo em função da ausência de compactação. Adriano estava sempre em inferioridade, com a linha de meias muito distante na recomposição. Portanto, erros táticos, que em nada dependem de um bom gramado. Na primeira etapa, em função do espaçamento dos jogadores, a equipe mineira não tinha sequer a oportunidade do jogo físico oferecido por gramados ruins.

Com a saída de bola lenta e um meio ineficaz, os atacantes foram espectadores. Airton ainda mais participativo do que Bruno José, que não aproveitou a merecida chance como titular, depois da boa atuação contra a URT. Sobis tentava se aproximar de Claudinho (outro pouco participativo) para armar, mas também não conseguia. Foi o menos culpado pelo time estéril do primeiro tempo.

Felipe Conceição fez uma leitura correta para mudanças no intervalo. Colocou força na equipe, com Felipe Augusto, Marcinho e Marcelo Moreno. O time melhorou, conseguiu ao menos igualar no aspecto físico e segurar um pouco mais a bola. O centroavante foi o principal responsável pelos incômodos ao goleiro rival, enquanto Felipe Augusto fez o gol que colocou a classificação na bagagem.

O segundo tempo ainda foi ruim, principalmente pelo recuo excessivo, mas melhor do que foi o primeiro. O empate, no fim das contas, acabou sendo justo, mas o Cruzeiro precisou contar mais uma vez com Fábio. O medo de se descuidar na defesa foi maior do que a ambição de matar o jogo.

O objetivo foi conquistado, mas a própria Copa do Brasil de 2020 mostrou que o sofrimento, em algum momento, te derruba. Passou pelo próprio São Raimundo com empate, eliminou o Boa Esporte nos pênaltis, mas sucumbiu diante do CRB, que era bem mais time àquela altura.

O time de hoje tem um horizonte mais otimista, pelo planejamento da diretoria, por ter um treinador em ascensão na carreira e um elenco bem mais encorpado do que o do primeiro semestre do ano passado. São só quatro jogos, com uma implantação de estilo de jogo bem diferente, mas o adversário também tinha seus problemas. Foi o segundo jogo do São Raimundo no ano e o primeiro na temporada. Aos poucos, é preciso ir eliminando erros que se repetem, e a consciência do treinador e dos jogadores de que o jogo foi ruim já é indício de que o caminho está certo.

Por Guilherme Macedo – GE