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Blog do Leo Lasmar – As peças do “xadrez” de Felipe Conceição estão certas?

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O Cruzeiro fez o primeiro teste nesta temporada. E não passou. Derrota por 1 a 0 para o América-MG, no Independência, com atuação muito ruim. Mesmo quando melhorou, no segundo tempo, teve um futebol bem abaixo do esperado e, para ser sincero, é difícil enxergar a evolução citada por Felipe Conceição na entrevista coletiva.

A leitura do treinador foi perfeita sobre a primeira etapa. A passividade comandou o Cruzeiro, que assistiu o rival jogar com um meio-campo soberano e liberdade inadmissível a jogadores como Juninho e Alê, que fazem a equipe funcionar. Lisca leu perfeitamente a partida, usando inclusive Juninho como peça à extrema direita para anular a dobradinha Matheus Pereira/Alan Ruschel, que pouco incomodou.

Essa, que, inclusive, foi uma das novidades de Conceição para a partida – a outra foi Jadson na vaga de Matheus Barbosa, que de fato não vinha bem. Estratégia compreensível, mas que não funcionou na prática. O time seguiu dando espaços no meio, deixou Adriano sobrecarregado e também não produziu ofensivamente. Além dos meias centrais não renderem, Felipe Augusto e principalmente Airton não viram a cor da bola. O resultado: uma finalização em 48 minutos.

Diferentemente do que fez na maior parte dos jogos, Conceição não mudou no intervalo. Manteve o time, e isso por pouco não custou de vez o resultado. O América seguiu dono do jogo e teve três chances logo no início. Marcinho, Matheus Barbosa e Bruno José melhoraram o Cruzeiro, mas sem volume e chances claras suficientes para um empate, resultado que Conceição avaliou como justo. Foram apenas nove finalizações, repetindo o número do duelo com o Athletic, vencido com um gol de pênalti de Marcelo Moreno.

Mais uma vez, as mudanças melhoraram o time. Mas, esses mesmos jogadores que entram e melhoram, não conseguem dar consistência quando começam como titulares. Ainda não houve repetição de escalação em seis jogos. Não seria, então, o caso de mudar o esquema? É compreensível que Felipe Conceição queira dar um padrão à equipe, mas é preciso também entender o perfil de jogadores que tem nas mãos.

Os meias/volantes não apresentaram, ao menos até agora, força para que sejam eficientes jogando com apoio pelos lados. Matheus Barbosa e Marcinho estão tentando se adaptar a funções que não exerceram quando se destacaram ano passado, por Cuiabá e Sampaio Corrêa, respectivamente. Os extremos não conseguem criar para o centroavante e ainda tiram espaço para subidas dos laterais, que inclusive têm muito mais características ofensivas.

Enquanto isso, Rafael Sobis segue no banco de reservas. Realmente, não há espaço, no atual esquema, para que ele jogue. Mas qual jogador foi favorecido até o momento? Com um esquema ainda desajustado, o Cruzeiro não consegue apresentar individualidades consistentes.

É início de trabalho. Felipe já mostrou leitura de jogo, principalmente por quase sempre conseguir melhor o time no intervalo, mas é preciso abrir o leque de opções de esquema, não só de peças. Se o Mineiro é período de teste, que ele seja aproveitado para tal. E que a parada também seja proveitosa neste sentido.

Por Guilherme Macedo – GE