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Blog do Leo Lasmar – A realidade do Cruzeiro é a briga pelo Z4.

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O Cruzeiro é um déjà vu constante. E, infelizmente para o torcedor, as repetições do que é visto não são sobre as glórias, mas sobre um passado recente que insiste em não se enterrar. A saída de Mozart, depois do empate por 2 a 2 com o Londrina, foi mais um desses episódios.

A cartilha do Cruzeiro na Série B de 2020 era algo a não ser seguido. Internamente, no clube, as próprias pessoas sabiam disso. Mas, na prática, estão fazendo as mesmas coisas que culminaram em uma campanha distante das pretensões. E o resultado é o mesmo: briga contra o rebaixamento.

Assim como ano passado, o Cruzeiro vai encerrar o primeiro turno da competição tendo sido comandado por três técnicos diferentes. A média é de seis jogos para cada profissional. Nem mesmo o regulamento da competição de 2021, que limita as trocas de treinadores, impediu isso.

E até mesmo os perfis na busca por treinadores em 2020 e 2021 se assemelham. Ano passado, começou a Série B com Enderson Moreira, que tinha um bom histórico na competição e estava caminhando com um trabalho consistente no Ceará. Um tiro considerado certeiro por muitos, mas que não vingou.

Ney Franco o substituiu, em uma decisão questionada, até mesmo internamente. Uma aposta arriscada. Mais uma situação que não deu certo. Ficou sete jogos e foi substituído por Felipão. Mudança de perfil, busca por técnico cascudo, que conseguia ajudar em campo e também fora dele. As coisas começaram a entrar nos trilhos, mas o tempo já era curto pelo caminho a ser percorrido em busca do acesso.

Em 2021, Felipe Conceição também chegou com respaldo. Tinha histórico de duas arrancadas na Série B, com times jogando de forma vistosa. Não conseguiu dar padrão ao time, perdeu o grupo e deixou o comando. A aposta da vez foi Mozart, que assim como Ney Franco chegou sob desconfiança, confirmada com os resultados. Um preço alto a ser pago.

Mais uma vez, o Cruzeiro, ao que tudo indica, mudará o perfil após dois insucessos e quase metade da competição já disputada. A busca é por Luxemburgo, que teria condições de fazer o mesmo efeito que Felipão causou no ano passado. Mas os problemas também são os mesmos: pouco tempo e dinheiro escasso, insuficiente até para manter salários em dia.

Decisões necessárias, mas que só precisam ser tomadas porque a anterior foi errada. É difícil questionar a escolha por Felipe Conceição, tanto quanto é complicado entender a decisão por Mozart. Agora, de forma quase que desesperada, busca-se tarimba e precisando da ajuda financeira de quem nem na gestão está.

Outro aspecto que faltou em 2020 e também está faltando em 2021 é a humildade para reconhecer que a briga do Cruzeiro é, sim, contra o rebaixamento. Quando Felipão assumiu e admitiu o cenário, o time passou a conseguir resultados com os pés no chão. Que o próximo treinador, seja ele qual for, também entenda a realidade e consiga fazer um trabalho de retomada. Não mirando o acesso, de imediato, mas uma campanha que seja, no mínimo, tranquila.

Por Guilherme Macedo- GE