fbpx
Pular para o conteúdo
  • Home
  • Amor Exigente
  • O meu comportamento interfere no seu e o seu comportamento interfere no meu

O meu comportamento interfere no seu e o seu comportamento interfere no meu

Image
Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Como conviver com comportamentos inadequados. Conviver com um dependente do álcool ou de outras drogas dentro de casa é uma situação insana que leva muitos familiares ao desespero.  Como muitos não estão preparados para enfrentar esse desafio, não sabem como agir e numa tentativa desesperada de solucionar o problema apenas reagem às atitudes do outro. Essas reações, além de não solucionar o problema, são combustíveis para os conflitos.

Criar conflitos é uma especialidade de muitos adictos. Enquanto na ativa são verdadeiros mestres na arte das chantagens, das manipulações, das ameaças. Sabem perfeitamente bem quando é hora de fazer barulhos e quando é hora de se fingirem de coitadinhos. Precisamos buscar o equilíbrio necessário para não abraçarmos uma loucura que não nos pertence. Aquele que está alterado pelos efeitos das substâncias entorpecentes é ele, não nós. Se chegarem gritando, não adianta gritarmos mais alto. Se estiverem buscando o conflito, nada resolve entrarmos no embate. Não é o momento de confrontarmos enquanto estão sob o efeito das drogas (comportamentos inadequados).

Não é esse o momento de tentarmos o diálogo, pois eles não estão em condições de nos ouvir. Não é hora que atacá-los com palavras ofensivas, ameaçá-los ou agredi-los. Nada disso resolve. O mundo do conflito é o mundo deles, não pode ser o nosso. Entrar nesse jogo é derrota certa. As reações não possuem um propósito. São motivadas pelo desespero, seja porque perdemos a paciência ou porque estouramos nossos limites emocionais. Seja porque estamos com raiva ou porque não sabemos o que fazer.

Outra forma de reação, e isso é uma característica marcante da Codependência, é anularmos nossa existência, entregando-a por completo para o domínio do adicto, ou seja, paralisamos todas as nossas ações e apenas reagimos de acordo com os comportamentos deles. Só conseguimos ficar bem se ele estiver bem. Só conseguimos dormir à noite, se ele estiver em casa.         Só vamos às reuniões se ele também for. Tudo o que ele deseja, atendemos prontamente. Em geral, deixamos de viver a nossa vida para viver a dele, transformando-o no centro do universo da casa.

Precisamos trocar as reações por ações (Comportamentos adequados). Isso exigirá, de nós, a busca de um equilíbrio emocional e comportamental adequados para lidarmos com uma situação de grande complexidade, sem, no entanto, entrarmos no desespero e na loucura do outro. Abandonar as reações não significa aceitarmos tudo aquilo que o outro faz de errado e se calar, pelo contrário, significa parar de reagir para agir de acordo com nossa personalidade. Significa tomarmos atitudes e nos posicionarmos com muita firmeza e clareza.

Quando trocamos nossas reações (inadequados) por ações (adequados) assumimos o nosso domínio, sem transferir o controle da nossa vida a uma pessoa adoecida pela dependência. Isso significa que devemos fazer tudo aquilo que precisa ser feito, sem medir esforços na busca da solução do desafio, mas cuidando para que o problema não nos adoeça mais que o próprio dependente, pois um doente não tem forças para ajudar o outro e, como tenho dito, sofrimento de pais não é remédio capaz de salvar nossos filhos.

Texto: Celso Garrefa – Amor-Exigente de Sertãozinho