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A culpa torna as pessoas indefesas e sem ação

Outro dia deparei-me com a necessidade de entender a diferença entre culpa e remorso, li muito conteúdo técnico (profissionais de psicologia) e não técnico. As definições transitam em esferas de conhecimento influenciadas por crenças em escolas psicológicas das mais diversas e crenças religiosas, apoiam-se na ética e na moral de uma sociedade, chegam a esbarrar em teorias confusas entre CULPA, REMORSO e VERGONHA, às vezes até se contradizendo, outras até me deixaram a dúvida se CULPA é emoção ou sentimento.

Bem, a verdade é que eu queria entender o que é aquilo que carrego comigo e em muitas vezes me impede de ser livre ou atingir um estágio maior de felicidade, aquilo que me prende a algo que fiz ou penso ter feito ou ainda, vejo dedos apontados reforçando que eu sou o “CULPADO” por aquele estado de coisas – Por não ter acertado 100% na educação dos meus filhos – Por não ter sido a esposa ideal – Por não ter sido a amante perfeita. O que carrego e que limita minha autorrealização e boicota minha autoestima é CULPA, REMORSO ou VERGONHA?

E mais do que isso, será que saber a diferença entre essas definições vai me ajudar a ser mais feliz?

Vai  ressuscitar em mim aquela parte que eu amava?

Vai fazer com que as pessoas me perdoem e voltem a me amar?

Vai fazer com que aqueles que prejudiquei com minhas ações erradas, sejam mais felizes?

É impressionante como nada é por acaso, na semana passada estava em uma reunião do AMOR-EXIGENTE, no grupo Santo Antônio de Lisboa, como acontece toda quinta feira, mas as reuniões não puderam seguir os moldes normais, pois o prédio estava em reforma, então os organizadores resolveram modificar o formato e em vez das partilhas habituais pediram que o psicólogo voluntário Joender Luiz Goulard, que colabora com os trabalhos, falasse um pouco sobre o princípio do mês “A CULPA” (como já escrevi em outras publicações nesse  site,  o Amor-Exigente trata a cada mês um princípio, dos 12 tratados no ano, que é a base para mudarmos nossas atitudes e comportamentos).

Ele, habilmente, com muita simplicidade me fez ver a diferença entre CULPA e REMORSO e acima de tudo levou a mim e acredito que a grande parte da plateia a uma reflexão. Vale a pena carregar culpas?

 –   Joender pediu que quatro voluntários (dois homens e duas mulheres) fossem até a frente para ajudá-lo a demonstrar a diferença entre culpa e remorso.

Pediu que as duas mulheres ficassem do seu lado esquerdo e os dois do lado direito.

Dirigiu aos homens e disse: –   Vocês conhecem aquela brincadeira de criança onde os dois ficam de costas um para o outro, entrelaçam os braços e com um impulso dos quadris colocam o companheiro nas costas? (Claro que todos sabiam).

–    Então façam essa brincadeira!

Observados por cerca de 50 participantes da reunião, os dois ficaram de costas um para o outro, entrelaçaram os braços e um deles se curvou e com um rápido impulso (auxiliado pelo outro) colocou-o apoiado em suas costas.

Um ficou sustentando e equilibrando o outro nas costas por alguns instantes, então o palestrante pediu que aquele que sustentava nas costas andasse, e com muito esforço ele foi dando pequenos e tremulantes passos até que o palestrante pediu que cessassem a vivência.

Dirigindo-se para as mulheres Joender pediu que elas fizessem a mesma coisa, mas o desempenho não foi o mesmo e uma conseguiu sustentar a outra nas costas, por frações de segundos.

Após essa vivência ele agradeceu a participação dos quatro e começou a dar o feedback para os ouvintes.

–   Aqui está a diferença entre CULPA e REMORSO, os homens haviam interpretado a CULPA, a dramatização perfeita do que ocorre com a gente quando é colocado esse sentimento nas nossas costas, nos tornamos pesados, sem mobilidade, sem flexibilidade, cada passo que damos é muito trabalhoso, nos sentimos cansados, presos e acima de tudo, por um espaço de tempo muito longo, carregamos pela nossa vida afora esse fardo que justa ou injustamente está fixado em nós.Enquanto isso as mulheres que representaram o REMORSO logo estavam livres daquele peso, foi algo pesado, mas passageiro que logo as deixou livres para seguirem seus caminhos sem ter que caminhar curvadas e vagarosamente.

Foi aí que entendi que tenho culpas sim e as vezes sinto que caminhar em certas direções é tão difícil para mim, sinto-me como na vivência da quinta feira, cansada, encurvada, passos curtos e trêmulos e que percorrem quase nada de distância e quando vejo não progredi nada.

As vezes, também, me identifico com o REMORSO algo marcante e passageiro que me abandona com o tempo.

Ótimo!  Descobri a diferença e agora?

Agora que a coisa pega…

Eu estou disposta a mudar?

Meus ganhos nessa condição de vítima, perseguidor ou libertador são maiores ou menores do que a liberdade e o reencontro comigo mesmo que terei, se mudar?

E se as pessoas não me aceitarem modificada e sem culpas?

Estou disposta a pagar algum preço pela minha liberdade e felicidade?

Bem…

Uma coisa é verdade, eu só saberei se experimentar e para experimentar tenho que procurar um profissional para me auxiliar nessa mudança, frequentar grupos de apoio, conversar muito. Não será nada fácil.

O que o Amor-Exigente fala do 5° princípio  A CULPA

5° Princípio é libertador – A culpa torna as pessoas indefesas e sem ação.

Para resolver um problema, uma situação inaceitável é preciso libertar-se de qualquer tipo de sentimento negativo, fazendo sua parte do modo mais completo possível e consciente de ter cumprido o seu papel.

E sem nenhum sentimento de culpa, autopiedade ou raiva, estar livre para agir e deixar os outros sofrerem as consequências de seu próprio comportamento, cada um deve ser responsável por seus atos, não devemos nos culpar pelas escolhas dos outros.